O baobá é uma árvore da flora africana. É do alto de sua copa que observaremos o que se publica em nosso país sobre este vasto e complexo, rico e desconehcido continente. Se esse tema é do seu interesse, galgue esta robusta árvore e venha partilhar esta visão privilegiada.

sábado, 11 de dezembro de 2010

História Geral da África

Nos dias 09 e 10 de dezembro uma enchurrada de emails circulavam pela net anuciando um dos "presentes" mais esperados por aqueles que se interessam pela história e cultura africana bem como por aqueles que atuam politicamente para acabar com as dicriminações de ordem racial, um dos pilares que estrutura as desigualdades sociais, econômicas e regionais no Brasil.

Os emails anunciavam, nada mais nada menos que, a publicação da História Geral da África (HGA). Obra inovadora, coordenada pela UNESCO, foi planejada no período em que emergiam as novas nações africanas, na década de 1960, e visava preencher a ausência dos conhecimentos históricos sobre as sociedades que habitaram este vasto continente desde tempos imemoriais até os acontecimento mais recentes.

A inovação alicerçava-se na opção perspectivada. Tal perspectiva consistia, entre outros fatores, na produção historiográfica, majoritariamente elaborada por autores africanos. Outro aspecto inovador encampado pelo seus idelizadores consistia em métodos que fizessem convergir disciplinas como arqueologia, geografia, antropologia, linguística e até mesmo a física na realização das pesquisas a serem apresentadas neste compendio: era a interdisciplinaridade.


Foi esta obra inovadora que acabou de ser oficialmente traduzida para o português e que está integralmente publicada no Brasil. Seus oitos volumes estão gratuitamente disponibilizados para download, no site da Representação da Unesco no Brasil . Impressa em vários idiomas, entre os quais o árabe, o espanhol, o inglês e o francês, faltava uma tradução completa para o português. A coleção não é novidade, haja vista haver uma versão incompleta da HGA em nossa língua que circulou na década de oitenta no Brasil, mas que se encontrava há muito tempo esgotada. Esta nova tradução é resultado de uma cooperação entre a UNESCO, o Ministério da Educação e a Universidade Federal da São Carlos. Se eu acreditasse em Natal, diria que esse foi o melhor presente natalino, mas sabe-se muto bem que esse "presente" é fruto de muita luta política dos atores sociais supracitados.

Apenas uma nota simplória circulou na grande mídia sobre a publicação da HGA. O Globo informou que serão distribuidas oito mil cópias da coleção para todas as bibliotecas publicas do país, segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad. As expectativas são que com a publicação desta coleção, pesquisadores interessados na temática tenham uma obra referencial com a qual possa iniciar novas linhas de pesquisas, afirmou ainda o secretário da Secretaria de Educação Continuada e Educação e Diversidade (SECAD/MEC), André Lázaro.

Agora é que vamos fazer uma sentinela ainda maior contra os estereótipos e a (des)informação veiculadas na grande mídia a cerca das representações tupiniquins sobre o continente africano. Sempre aqui de cima do Baoba e já hipinotizado pelos artigos ainda não lidos.